domingo, 18 de março de 2012

Posted by Victor Bastos | File under :
Frialdade tal essa, não sei dizer
Pois que terra escura e quente é essa?
Sinto-me preso a ela, mas consigo voar
Por que minha mente esta peça está a pregar?

Se volto um pouco, posso ver
Todos os que conheci num verde campo
Chorando, gritando, quem sou eu, pois?
Nada sei, nada sou, só posso voar
com asas que não me pertencem.

E a mais terrível das sensações
Perder quem amei, estar longe e não mais poder ter, olhar
Enquanto a carne apodrece, o espírito floresce
Na luz do Sol a iluminar minha errante alma a planar.

Mas ainda nada sei, pois nada mais sou.
Só quis ter tempo para dizer, para fazer
Não fiz, tolo fui.
Ah, mas que hei eu de reclamar?
Se bastou um sorriso seu para meu conturbado espírito acalmar.

Se chora, não sei
Mas lágrimas talvez cairão
sob o frio chão.
E embaixo e acima, ao mesmo tempo, eu estarei
Você não me vê, não me sente, mas lá eu estou.

A luz me cerca, e a escuridão dentro de mim se ameniza.
Conforme o tempo passa, aprendo com essa solidão conviver.
Não gosto, não quero, mas me dizem que preciso saber.
Mas de um dia para o outro, lá estou eu a pensar,
e você aparece, planando ao meu lado,
do nada, minha mão a segurar.

E vamos juntos embora, seguir o que o céu pode mostrar
E vamos juntos seguros, pois você está lá comigo a voar
E vamos juntos felizes, pois um ao outro sempre irá amar
E vamos juntos eternos, eternos amantes, deveras mortos, a planar.

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De bônus para o fim de semana, mais uma poesia de minha autoria. Esta se chama "Pelo Etéreo ao Voar". Espero que gostem. Boa semana a todos!

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