terça-feira, 13 de março de 2012

Posted by Victor Bastos | File under : ,
Sempre pensei que, no final das contas, é perda de tempo ficar pensando isoladamente para chegar a uma conclusão. Já não nos ensina a Filosofia que a verdade efetiva surge a partir do diálogo, conforme predizia Sócrates? Aduz-se, portanto, que a partir da prática da dialética, podemos construir o conhecimento. Curioso que esse entendimento cai como uma luva naquele jargão popular: “duas cabeças pensam melhor do que uma”. Mas será mesmo? No mundo em que vivemos, talvez essas máximas não sejam tão eficazes.
Sabe aquele tenso instante em que você nota que praticamente parecemos desperdiçar as palavras? Conversas fúteis e desnecessárias são duas situações que parecem trazer esse tipo de conclusão. Uma apresentação fantástica de George Carlin, uma turnê de nome "It's Bad for Ya", aborda, dentre outros temas, exatamente isso. Uma perspectiva de conversa totalmente inútil, lotada de informações dispensáveis e que nada contribuem para nosso crescimento. Como diria o (talvez) maior comediante de todos os tempos:

"Não gosto das pessoas por períodos longos de tempo. Eu fico bem com elas por um tempo, mas depois de 1 minuto ou 1 minuto e meio... eu tenho que dar o fora dali. E o motivo para isso, que vocês talvez compartilhem, é que tenho baixo nível de tolerância para conversas furadas e estúpidas.".

Decerto falamos coisas desnecessárias, mas isso faz parte da nossa formação cultural. Aliás, vai além: isso faz parte do nosso próprio senso de humanidade. Não somos máquinas para estarmos limitados somente a instruções objetivas. Nossa liberdade nos condiciona esse tipo de ocorrência: papo furado, ociosidade, preguiça, luxo de não fazer nada, e assim sucessivamente. E isso acaba gerando uma contraposição, não acham? Ora, em nossos âmbitos profissionais estamos quase sempre passivos de termos que aumentar o rendimento sob a ameaça da perda do emprego. Nas escolas, somos incentivados a estudarmos cada vez mais, reduzindo ainda mais os tempos livres de que, em tese, nossa natureza nos demanda usufruir. Um pouco difícil esse diapasão, não acham?
No apagar das luzes, a ideia é simples. De acordo com esses posicionamentos, devemos parar de perder tempo e dar mais utilidade aos nossos momentos de liberdade. Aumentar a produtividade é essencial. Será mesmo? Devemos ser robotizados em prol da produtividade do nosso tempo? Render mais, em todos os aspectos? É sobre essa ideia que devemos nos debruçar? Isso significa dizer que nada mais de conversas fúteis: seremos verdadeiros filósofos a refletir constantemente sobre o sentido oculto das coisas, além de cientistas natos, jamais abandonando a busca pelas verdades do nosso ser, do nosso planeta e do nosso universo.
Senhores, essa perspectiva me assusta. Sim, me assusta. Sou estudante de Direito, e só de me imaginar focado única e exclusivamente a discutir matérias jurídicas... é, isso não é pra mim. E acho que não é pra ninguém, tampouco. Mas fica a pergunta: o quanto nós desperdiçamos possibilidades ao nos entregarmos ao ócio? Que ponto devemos ter como limite entre a ociosidade sadia e a completa perda de tempo? 
A bola está com vocês, amigos leitores. O que vocês acham? Pessoalmente, acredito que não existe posicionamento certo e errado. Ninguém é dono da verdade ou modelo perfeito de ser para que possamos usar como parâmetro de realidade. Uso do tempo é, em última análise, algo que cada um deve fazer sobre o seu próprio. E o que vocês tem a dizer sobre isso? Existe uma fórmula para o devido uso do tempo? O que mais se deve fazer com ele? É com vocês. 
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 Amigos, sempre que puderem deem uma comentada nos posts, compartilhem com os amigos, favorita o blog e vamos movimentar aqui. Curiosidade, debate e reflexão: as três palavras que sempre nortearam o homem rumo às maiores conquistas da História. A bola está com vocês!

Um comentário:

  1. Apesar de tanto se falar em "transdisciplinaridade", de relacionar e integrar conhecimentos dos diversos campos do saber, o que verifico é que há uma situação fossilizada que te compele a ser um especialista bitolado, e com isso se perde muito do potencial de diferentes aptidões que cada ser humano possui. Penso que deve-se estimular ao máximo todas as facetas de atuação de uma pessoa, por mais díspares que sejam.

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